
CENTRO
DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO
DE LETRAS
ALBERTO
CHISSINGUI SARA SILVA
TRABALHO
ESCRITO REFERENTE À DISCIPLINA DE LITERATURA PORTUGUÊSA I DO PRIMEIRO SEMESTRE
DE 2014.
Resposta
das cinco (5) questões elaboradas para fim avaliativo da disciplina de Literatura
Portuguesa I ministrada pela professora Doutora Rosana Zaneletto.
CAMPO GRANDE – MS

No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!
Tradução
No mundo não conheço outro como eu,
enquanto me acontecer como me acontece:
porque já morro por vós, e ai!,
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos censure
quando vos eu vi em saia? (em corpo bem feito)
Mau dia me levantei
que vos então não vi feia!
enquanto me acontecer como me acontece:
porque já morro por vós, e ai!,
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos censure
quando vos eu vi em saia? (em corpo bem feito)
Mau dia me levantei
que vos então não vi feia!
Os versos do poema acima foram retirados na catinga
de Paio Soares 'Taveirós que foi
considerado um trovador do século XII, e de uma origem da
pequena nobreza galega.
É
notório lembrar que essa Cantiga a qual, estamos analisando é da garvaia, sua
primeira obra poética em língua galaico-portuguesa. De qualquer forma, a
opinião que tem vindo gradualmente a impor-se entre os especialistas
é a de que a chamada "cantiga da garvaia", se não é claramente
satírica, muito menos será uma cantiga de amor canónica: o tom humorístico, os
detalhes concretos, a identificação da dama (pela sua linhagem) são elementos
que claramente a distinguem de uma cantiga de amor tradicional, aproximando-a
do universo da sátira. Mesmo perdendo o seu estatuto de mais antiga
cantiga conhecida, em favor de uma outra do trovador João Soares de Pávia,
continua no entanto a desafiar a imaginação dos críticos, ainda em desacordo
quanto ao seu real sentido, e nomeadamente no que diz respeito à personagem a
quem é dirigida: uma filha de D. Pai Moniz, por muito tempo
identificada como D. Maria Pais Ribeiro, a célebre Ribeirinha,
amante do rei português D. Sancho I. A constatação da existência, na
época, de várias personalidades chamadas Pai Moniz, ou Paio
Moniz, bem como a origem galega de Paio Soares, parecem, no entanto,
contrariar esta hipótese, hoje muito discutível.
Dada
a introdução sucinta sobre um historial do autora e também do percurso que a
catinga teve, podemos então responder as questões propostas sobre a mesma.
Trata-se
de uma catinga garvaia “catinga de amigo”, porque podemos notar nela uma origem
popular, eu- lírico feminino e marcas evidentes da literatura oral
(reiterações, paralelismo, refrão e estribilho). No entanto, facilitam a
memorização e execução das cantigas. Como por exemplo as Cantigas de amigo eram
poesias que evidenciavam o sentimento amoroso de uma mulher de posição social
inferior (pastora, camponesa), só que quem narra isso é um homem, assumindo
assim a posição feminina. Assim, na canção de Chico Buarque, ele mostra uma
pessoa abandonada, entristecida e desesperada ao perder seu amor, uma mulher
que fez de tudo para ter a atenção daquele homem.
“Chorei,
chorei Até ficar com dó de mim E me tranquei no camarim Tomei o calmante, o
excitante. E um bocado de gim Amaldiçoei O dia em que te conheci Com muitos
brilhos me vesti Depois me pintei, me pintei. Me pintei, me pintei Cantei,
cantei Como é cruel cantar assim E num instante de ilusão Te vi pelo salão A
caçoar de mim Não me troquei Voltei correndo ao nosso lar Voltei pra me
certificar Que tu nunca mais vais voltar Vais voltar, vais voltar.
(...)”.
Falar hoje em dia sobre o classicismo dos trovadores de amor acredito que é uma questão bastante complicada porque dificilmente a sociedade atual consegue viver numa nostalgia. Se nas cantigas de amor o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante. O poeta fica na posição de fiel vassalo, fica as ordens de sua senhora, dama da corte, onde esse amor é considerado como um objeto de sonho, ou seja, impossível, que está longe. Já hoje esse ideal ficou ultrapassado, não se vive numa nostalgia mas sim um amor presente e não ausente.
Falar hoje em dia sobre o classicismo dos trovadores de amor acredito que é uma questão bastante complicada porque dificilmente a sociedade atual consegue viver numa nostalgia. Se nas cantigas de amor o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante. O poeta fica na posição de fiel vassalo, fica as ordens de sua senhora, dama da corte, onde esse amor é considerado como um objeto de sonho, ou seja, impossível, que está longe. Já hoje esse ideal ficou ultrapassado, não se vive numa nostalgia mas sim um amor presente e não ausente.
A
partir do que foi dito até agora, no principio de que o amor é a fonte perena
de toda poesia, e de que o amor é leal, inatingível, sem recompensa (porque a
dama é “a sans merci” “Segismundo spina”), podemos então aqui dizer que as
características do amor trovadoresco, o trovador assume um eu - lírico
masculino e se dirige á mulher amada como uma figura idealizada e distante. Ele
se coloca na posição de fiel vassalo, a serviço de sua senhora – a dama da
corte -, fazendo desse amor um objeto de sonho, distante e impossível.
Em
suma, concluo deixando aqui um pequeno segmento para que possamos refletir
sobre como agora a sociedade vê o amor “ou cada vez mais distante, ou então
mais perto. “Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao
outro para completá-lo”.
Referências
Disponível:http://www.colegioweb.com.br/trabalhosescolares/literatura/trovadorismo/as-cantigas-de-amor.html
acesso aos 05/05/2014.
Disponível em: http://lounge.obviousmag.org/culturiar/2013/08/chico-buarque-e-suas-cantigas-de-amigo.html
acesso aos 05/05/2014.
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