quarta-feira, 21 de novembro de 2012

RESENHA, LITERATURA COMPARADA


SANTIAGO, Silviano. O entre-lugar do discusro latino-americano. In:__Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. 2ª Ed. São Paulo: Paz e Terra.
Acadêmico: SILVA, Alberto Chissingui Sara
O Entre-Lugar do discurso Latino-Americano
Na verdade, este é um dos textos mais discutidos nos últimos dias por ele fazer uma analogia profunda daquilo que venha ser estudos literários modernos. O autor focaliza um desenrolar preciso e coeso quando principia o seu ensaio com duas citações de caráter muito relevante no ramo literário. Entretanto, para adentrar nesse tema é preciso, antes de tudo, debruçar-se sobre uma análise histórica: nesse caso, é necessário compreender o desenrolar do processo colonial vivido pelos latino-americanos, isto é, índios do Brasil, do porto rico e buscar o embrião do que seria a identidade dos povos da América. Este texto, tem como objetivo principal fazer nos enxergar o lugar que ocupa hoje em dia o discurso literário latino-americano no seu confronto com o europeu, isso é, da metrópoles.
Tem sido uma discunção muito profunda para que se chegue ao possível lugar que ocupam hoje os textos literários latino-americanos uma vez que se trata da questão sacrifício e o jogo, prisão e transgressão, submissão ao código e agressão, obediência e rebelião, assimilação e experiência. Pois, é possível agora salientar que, o discurso latino-americano teve como sua influencia a cultura da metrópole por ser sua colônia. É ridículo falar de literatura hoje e se esquecer daquilo que venha a ser o  histórico dessa disciplina ate porque contextualiza aquilo que é e foi a cultura dos nossos antepassados.
Segundo o texto, aqui a epigrafe em exercício é a analise por razoes de ordem didática das relações entre duas civilizações que possuem um carisma completamente diferente e que comecemos pelo nível de ignorância mutua que os sustenta. Na verdade o autor nesse caso faz uma abordagem geral daquilo que foi o momento da escravidão nessa época e, por sua vez, busca o conceito de etnólogos que se baseia na ruptura da cultura europeia nos lugares colonizados por eles, isto é, expulsos dos seus lugares deixando de serem considerados como uma cultura de referencia.
 Acrescente ainda o autor que, a vitoria do branco no Novo Mundo se deve menos a razoes de caráter cultural do que ao uso arbitrário da violência e à imposição brutal de uma ideologia, como atestaria a recorrência das palavras escravo e animal nos escritos dos colonizadores portugueses e espanhóis.
O final do parágrafo acima se refere naquilo que era a denominação dos povos/culturas colonizadas e que não constitui de maneira nenhuma uma ênfase na dinâmica da ciência, ou seja, no estudo literário ate porque os termos aplicados têm um caráter mais dominador do que propriamente uma tradução do desejo de conhecer uma cultura. É óbvio, não se esquecer de que quando se trata de etnólogos nesse contexto, estamos claramente a falar dos índios que por sua vez procuravam viver em ótimas condições isto porque em relação ao colonialismo, estes não tinham direito de exercer seus rituos culturais.
No desenrolar desse texto, é observável que os brancos acreditavam mais nas ciências sociais ao passo que os índios acreditavam em tudo natural, isso porque na humanidade sempre ouve essas contradições para enriquecer sua cultura. Na sequencia, a violência segundo o autor foi sempre cometida pelos índios por razões de ordens religiosas, isto porque os brancos acreditavam na palavra de Deus. O mais engraçado nessa historia é que os índios queriam tanto saber ate que ponto as palavras dos europeus traduzissem a verdade transparente o que era o contrario porque na verdade o que mais predominava neles era a ambição pelo poder e pela implementação das suas culturas.
Neste ensaio, Silviano Santiago aponta dois aspectos muito importante que norteiam o entre-lugar do Discurso latino americano na fase do colonialismo e do renascimento, ou seja, o ontem e o hoje. Assim sendo, comecemos pelo período que se caracteriza aos índios que salvaguardaram a sua identidade cultural.
É notável no texto que não havia um entendimento entre os brancos e os índios porque ambos invocavam princípios diferentes constituindo uma estranheza cultural. Para os brancos ( os colonizadores) validavam as ciências sociais sendo elas ligadas diretamente com a palavra de Deus, ou seja, do Deus verdadeiro que anuncia a ressurreição de Jesus, ao passo que para os índios, as ciências naturais eram fonte da divindade religiosa, ou seja, velavam pelos acontecimentos verdadeiramente milagrosos do poder de Deus sobre a natureza.
 A Religião e Língua europeia serviram como instrumentos de controle e sua arbitrariedade acaba por sustentar uma verdadeira cruzada em prol do extermínio dos traços originais do "selvagem". A América transformar-se-ia numa cópia, uma representação do que seria "civilizado". Seus traços originais tornam-se constantes alvos de extermínio por parte dos colonizadores, sendo a duplicação a única regra válida de civilização. E é essa lógica que permeia as práticas Neocolonialistas, só que, desta vez, a modernidade utiliza-se de novos métodos de coerção e dominação.
Mas na verdade, sempre a pareceu as características que contempla o comparativismo isso porque, ao se referir em imitação de gestos dos cristãos durante o santo sacrifício da missa que era feita pelos europeus, os índios levavam consigo uma adaptação de outra cultura porque eles acreditavam nos milagres naturais. Segundo o autor, no Brasil no seculo XVI, os colonizadores colocaram não só a representação religiosa como também a língua europeia no que tece ao código linguístico e ao código religioso que atuaram simultaneamente.
 A ideia agora é exportar o velho de forma lenta e gradual numa espécie de exportação do Novo e, com isso, incluem-se costumes e valores rejeitados pela metrópole. Consumimos o velho com a sensação ilusória de estarmos nos aproximando do civilizado.
Discutindo hoje o entre-lugar do discurso latino americano, a América Latina se encontra num problema: não pode mais negar-se à invasão estrangeira nem, tampouco, pode almejar voltar a sua posição de isolamento. "O silêncio seria a resposta desejada pelo imperialismo cultural, ou ainda o eco sonoro que apenas serve para apertar os laços do poder conquistador. Falar, escrever, significam: falar contra, escrever contra"(Silviano Santiago). Ou seja, vive-se o impasse de estar contra ou omisso às influências estrangeiras.
Os atritos comoventes entre colonizadores e colonizados, sem dúvida, é a essência do que hoje se configura no embate entre Europa e Novo Mundo. Seria, na verdade, o dizer de uma história em curso, o desenlace que tende a estruturar o antagonismo entre inferior e superior. Esse desequilíbrio é sustentado pela defasagem e dependência econômica entre os países: o mais rico detém o poder e domina enquanto o mais pobre é subordinado aos interesses do primeiro. A noção de inferior é algo manipulado. Essa é a antiga (e por que não atual?) lógica colonialista. A colonização é, pois, a vitória do europeu no Novo Mundo e se configura menos por razões culturais do que por imposição brutal e violenta de uma nova conduta ideológica.
  Na verdade era mais uma ânsia dominadora do que um desejo de conhecer o "exótico". Não havia espaço para a proliferação cultural, se fazia necessário o estabelecimento dos padrões metropolitanos, sendo os códigos religiosos e linguísticos os principais asseguradores dessa dominação.
Pois, voltando-se para o passado colonial da América Latina, nota-se que há um desvio da norma em termos de civilização porque o que era para ser destruído e "revestido de europeu" acaba por ser misturado com os elementos da metrópole, ou seja, do colonizador nesse caso o Portugal. A América, enfim, desafia a noção de unidade a qual a Europa tanto quis fazer reinar. O termo, ou seja, elemento europeu funde-se com o selvagem e dá origem ao mestiço. O código linguístico e a religião perdem sua pureza e se deixam invadir por novas aquisições e, por fim, o elemento híbrido prevalece.
Ainda na sequencia do ensaio, Santiago afirma que em certos casos, os professores universitários falam em nome da objetividade, do conhecimento enciclopédico e da verdade cientifica e que o seu discurso critico ocupa um lugar capital entre outros discursos universitários, isto porque a parece uma arte já pobre por causa das condições econômicas em que pode sobreviver e se apropriar de modelos colocados em circulação pela metrópole. Esse mesmo discurso em contra partida, ridiculariza a busca dom-quixote dos artistas latino-americanos quando acentua por ricochete a beleza, o poder e a gloria das obras criadas no meio das sociedades colonialistas ou neocolonialistas.
 As culturas se interligam de tal forma que se tornam impossível distinga-las e agregar valores a essa ou àquela. Mas, devemos, portanto, reconhecermo-nos como um todo. Novamente: somos uma colcha de retalhos, onde uma parte não é entendida sem o todo ou vice-versa e onde cada contribuição e releitura nos faz quem nós somos.
Silviano aponta a fonte e as influencias como principais características que brilham nos artistas dos países da America Latina, isso porque, ao se debruçar nos seus trabalhos de pesquisa elas interagem para um bom aperfeiçoamento do objeto a ser pesquisado ate porque quando se trata da função na sociedade do artista latino-americano é como se estivéssemos a falar do movimento ascendente porque a partir daquilo que se sabe, comove-se para o desconhecido e daí o objetivo é sempre descobrir novas metas.
Por vezes a dificuldade de reconhecer-se como individuo pertencente a esta cultura transparece nas mais diversas manifestações artísticas. O cinema, como excelente contador de histórias da humanidade, adequou-se perfeitamente à necessidade de transmitir as mais variadas narrativas sobre o que seria a identidade das nações por meio de projeções, isto porque ela projeta aquilo que venha ser o dia a dia da nossa vivencia enquanto seres com capacidade de interpretação.  De modo análogo, as ficções literárias nacionalistas delineiam essa tentativa de auto-conhecimento porque permeiam a realidade da sociedade.
Silviano, estabelece uma aproximação no que diz respeito a pratica do escritor latino-americano e o olhar malévolo lançado por Roland Barther sobre sua percepção sarrasine de Balzac. Nesta vertente, entende-se que o escritor latino-americano segundo aos trâmites do ensaio em curso, tem uma visão intemporal no que diz respeito a construção dos textos literários, porque contempla um poder devorativo, antropólogo dos textos da metrópole, criando uma nova visão para o Novo Mundo que é o moderno. Ainda Barther, salienta que para que haja uma visão ampla no mundo literário é necessária a divisão desses textos em legíveis e escreviveis, levando em consideração o fato de que a avaliação que se faz de um texto hoje esteja intimamente ligada a uma pratica e esse pratica deduz-se a uma escrita.
Depois de ter apontado a influencia e a fonte como as principais características desse período, conota-se a diferença como o principal elemento que vem mudar esse preceito. Assim sendo, nessa vertente o autor tem o mesmo olhar na literatura como algo malévolo e que talvez só poderia mudar caso mantivesse essa peculiar noção do legível e escrevivel. A parece outro elemento que caracteriza o comparativismo cultural através de um aventureiro e possível escritor/tradutor latino-americano segundo Silviano, aquele que busca a identidade cultural através da interação de duas culturas.
Em termos do discurso latino-americano, entendo como impulso unificador a tentativa de fazer prevalecer uma única leitura teórica da América latina. Se mantivermos válidos os diversos conceitos que correspondem aos vários esforços para compreender e descrever esse espaço discursivo, se considerarmos o paradoxo uma instância produtiva, e não impeditiva, se, por fim, desconstruirmos as apropriações que o poder político e econômico faz desses mesmos conceitos, teremos uma leitura mais rica e proveitosa das diferenças irreconciliáveis que formam o espaço simbólico latino-americano.

Um comentário:

  1. Me perdoe amigo, mas seu texto está cheio de falhas e palavras que não existem, favor revisar

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