o ser humano é feliz quando vive em comunhão com Deus! eu sou feliz por ter em plenitude os dons da juventude e por ter Cristo como o meu único e verdadeiro salvador...e por ter uma família que dá forças para lutar!!!
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
RESENHA, LITERATURA COMPARADA
SANTIAGO,
Silviano. O entre-lugar do discusro latino-americano. In:__Uma literatura nos
trópicos: ensaios sobre dependência cultural. 2ª Ed. São Paulo: Paz e Terra.
Acadêmico: SILVA, Alberto Chissingui
Sara
O Entre-Lugar do discurso
Latino-Americano
Na verdade, este é um dos textos mais
discutidos nos últimos dias por ele fazer uma analogia profunda daquilo que
venha ser estudos literários modernos. O autor focaliza um desenrolar preciso e
coeso quando principia o seu ensaio com duas citações de caráter muito
relevante no ramo literário. Entretanto, para adentrar nesse tema é preciso,
antes de tudo, debruçar-se sobre uma análise histórica: nesse caso, é
necessário compreender o desenrolar do processo colonial vivido pelos
latino-americanos, isto é, índios do Brasil, do porto rico e buscar o embrião
do que seria a identidade dos povos da América. Este texto, tem como objetivo
principal fazer nos enxergar o lugar que ocupa hoje em dia o discurso literário
latino-americano no seu confronto com o europeu, isso é, da metrópoles.
Tem sido uma discunção muito profunda
para que se chegue ao possível lugar que ocupam hoje os textos literários
latino-americanos uma vez que se trata da questão sacrifício e o jogo, prisão e
transgressão, submissão ao código e agressão, obediência e rebelião,
assimilação e experiência. Pois, é possível agora salientar que, o discurso
latino-americano teve como sua influencia a cultura da metrópole por ser sua
colônia. É ridículo falar de literatura hoje e se esquecer daquilo que venha a ser
o histórico dessa disciplina ate porque
contextualiza aquilo que é e foi a cultura dos nossos antepassados.
Segundo o texto, aqui a epigrafe em
exercício é a analise por razoes de ordem didática das relações entre duas
civilizações que possuem um carisma completamente diferente e que comecemos
pelo nível de ignorância mutua que os sustenta. Na verdade o autor nesse caso
faz uma abordagem geral daquilo que foi o momento da escravidão nessa época e,
por sua vez, busca o conceito de etnólogos que se baseia na ruptura da cultura
europeia nos lugares colonizados por eles, isto é, expulsos dos seus lugares
deixando de serem considerados como uma cultura de referencia.
Acrescente ainda o autor que, a vitoria do
branco no Novo Mundo se deve menos a razoes de caráter cultural do que ao uso
arbitrário da violência e à imposição brutal de uma ideologia, como atestaria a
recorrência das palavras escravo e animal nos escritos dos colonizadores
portugueses e espanhóis.
O final do parágrafo acima se refere
naquilo que era a denominação dos povos/culturas colonizadas e que não
constitui de maneira nenhuma uma ênfase na dinâmica da ciência, ou seja, no estudo
literário ate porque os termos aplicados têm um caráter mais dominador do que
propriamente uma tradução do desejo de conhecer uma cultura. É óbvio, não se
esquecer de que quando se trata de etnólogos nesse contexto, estamos claramente
a falar dos índios que por sua vez procuravam viver em ótimas condições isto porque
em relação ao colonialismo, estes não tinham direito de exercer seus rituos
culturais.
No desenrolar desse texto, é
observável que os brancos acreditavam mais nas ciências sociais ao passo que os
índios acreditavam em tudo natural, isso porque na humanidade sempre ouve essas
contradições para enriquecer sua cultura. Na sequencia, a violência segundo o
autor foi sempre cometida pelos índios por razões de ordens religiosas, isto
porque os brancos acreditavam na palavra de Deus. O mais engraçado nessa historia
é que os índios queriam tanto saber ate que ponto as palavras dos europeus
traduzissem a verdade transparente o que era o contrario porque na verdade o
que mais predominava neles era a ambição pelo poder e pela implementação das
suas culturas.
Neste ensaio, Silviano Santiago aponta
dois aspectos muito importante que norteiam o entre-lugar do Discurso latino
americano na fase do colonialismo e do renascimento, ou seja, o ontem e o hoje.
Assim sendo, comecemos pelo período que se caracteriza aos índios que
salvaguardaram a sua identidade cultural.
É notável no texto que não havia um
entendimento entre os brancos e os índios porque ambos invocavam princípios
diferentes constituindo uma estranheza cultural. Para os brancos ( os
colonizadores) validavam as ciências sociais sendo elas ligadas diretamente com
a palavra de Deus, ou seja, do Deus verdadeiro que anuncia a ressurreição de
Jesus, ao passo que para os índios, as ciências naturais eram fonte da
divindade religiosa, ou seja, velavam pelos acontecimentos verdadeiramente
milagrosos do poder de Deus sobre a natureza.
A Religião e Língua europeia serviram como
instrumentos de controle e sua arbitrariedade acaba por sustentar uma
verdadeira cruzada em prol do extermínio dos traços originais do
"selvagem". A América transformar-se-ia numa cópia, uma representação
do que seria "civilizado". Seus traços originais tornam-se constantes
alvos de extermínio por parte dos colonizadores, sendo a duplicação a única
regra válida de civilização. E é essa lógica que permeia as práticas
Neocolonialistas, só que, desta vez, a modernidade utiliza-se de novos métodos
de coerção e dominação.
Mas na verdade, sempre a pareceu as
características que contempla o comparativismo isso porque, ao se referir em
imitação de gestos dos cristãos durante o santo sacrifício da missa que era
feita pelos europeus, os índios levavam consigo uma adaptação de outra cultura
porque eles acreditavam nos milagres naturais. Segundo o autor, no Brasil no
seculo XVI, os colonizadores colocaram não só a representação religiosa como
também a língua europeia no que tece ao código linguístico e ao código
religioso que atuaram simultaneamente.
A ideia agora é exportar o velho de forma
lenta e gradual numa espécie de exportação do Novo e, com isso, incluem-se
costumes e valores rejeitados pela metrópole. Consumimos o velho com a sensação
ilusória de estarmos nos aproximando do civilizado.
Discutindo hoje o entre-lugar do
discurso latino americano, a América Latina se encontra num problema: não pode
mais negar-se à invasão estrangeira nem, tampouco, pode almejar voltar a sua
posição de isolamento. "O silêncio seria a resposta desejada pelo
imperialismo cultural, ou ainda o eco sonoro que apenas serve para apertar os
laços do poder conquistador. Falar, escrever, significam: falar contra,
escrever contra"(Silviano Santiago). Ou seja, vive-se o impasse de estar
contra ou omisso às influências estrangeiras.
Os atritos comoventes entre
colonizadores e colonizados, sem dúvida, é a essência do que hoje se configura
no embate entre Europa e Novo Mundo. Seria, na verdade, o dizer de uma história
em curso, o desenlace que tende a estruturar o antagonismo entre inferior e
superior. Esse desequilíbrio é sustentado pela defasagem e dependência
econômica entre os países: o mais rico detém o poder e domina enquanto o mais
pobre é subordinado aos interesses do primeiro. A noção de inferior é algo
manipulado. Essa é a antiga (e por que não atual?) lógica colonialista. A colonização
é, pois, a vitória do europeu no Novo Mundo e se configura menos por razões
culturais do que por imposição brutal e violenta de uma nova conduta
ideológica.
Na verdade era mais uma ânsia dominadora do que um desejo de conhecer o
"exótico". Não havia espaço para a proliferação cultural, se fazia
necessário o estabelecimento dos padrões metropolitanos, sendo os códigos
religiosos e linguísticos os principais asseguradores dessa dominação.
Pois, voltando-se para o passado
colonial da América Latina, nota-se que há um desvio da norma em termos de
civilização porque o que era para ser destruído e "revestido de
europeu" acaba por ser misturado com os elementos da metrópole, ou seja,
do colonizador nesse caso o Portugal. A América, enfim, desafia a noção de unidade
a qual a Europa tanto quis fazer reinar. O termo, ou seja, elemento europeu
funde-se com o selvagem e dá origem ao mestiço. O código linguístico e a
religião perdem sua pureza e se deixam invadir por novas aquisições e, por fim,
o elemento híbrido prevalece.
Ainda na sequencia do ensaio, Santiago
afirma que em certos casos, os professores universitários falam em nome da
objetividade, do conhecimento enciclopédico e da verdade cientifica e que o seu
discurso critico ocupa um lugar capital entre outros discursos universitários,
isto porque a parece uma arte já pobre por causa das condições econômicas em
que pode sobreviver e se apropriar de modelos colocados em circulação pela
metrópole. Esse mesmo discurso em contra partida, ridiculariza a busca dom-quixote
dos artistas latino-americanos quando acentua por ricochete a beleza, o poder e
a gloria das obras criadas no meio das sociedades colonialistas ou
neocolonialistas.
As culturas se interligam de tal forma que se
tornam impossível distinga-las e agregar valores a essa ou àquela. Mas, devemos,
portanto, reconhecermo-nos como um todo. Novamente: somos uma colcha de
retalhos, onde uma parte não é entendida sem o todo ou vice-versa e onde cada
contribuição e releitura nos faz quem nós somos.
Silviano aponta a fonte e as
influencias como principais características que brilham nos artistas dos países
da America Latina, isso porque, ao se debruçar nos seus trabalhos de pesquisa
elas interagem para um bom aperfeiçoamento do objeto a ser pesquisado ate porque
quando se trata da função na sociedade do artista latino-americano é como se
estivéssemos a falar do movimento ascendente porque a partir daquilo que se
sabe, comove-se para o desconhecido e daí o objetivo é sempre descobrir novas
metas.
Por vezes a dificuldade de
reconhecer-se como individuo pertencente a esta cultura transparece nas mais
diversas manifestações artísticas. O cinema, como excelente contador de
histórias da humanidade, adequou-se perfeitamente à necessidade de transmitir
as mais variadas narrativas sobre o que seria a identidade das nações por meio
de projeções, isto porque ela projeta aquilo que venha ser o dia a dia da nossa
vivencia enquanto seres com capacidade de interpretação. De modo análogo, as ficções literárias
nacionalistas delineiam essa tentativa de auto-conhecimento porque permeiam a
realidade da sociedade.
Silviano, estabelece uma aproximação
no que diz respeito a pratica do escritor latino-americano e o olhar malévolo
lançado por Roland Barther sobre sua percepção sarrasine de Balzac. Nesta
vertente, entende-se que o escritor latino-americano segundo aos trâmites do
ensaio em curso, tem uma visão intemporal no que diz respeito a construção dos
textos literários, porque contempla um poder devorativo, antropólogo dos textos
da metrópole, criando uma nova visão para o Novo Mundo que é o moderno. Ainda
Barther, salienta que para que haja uma visão ampla no mundo literário é
necessária a divisão desses textos em legíveis e escreviveis, levando em
consideração o fato de que a avaliação que se faz de um texto hoje esteja
intimamente ligada a uma pratica e esse pratica deduz-se a uma escrita.
Depois de ter apontado a influencia e
a fonte como as principais características desse período, conota-se a diferença
como o principal elemento que vem mudar esse preceito. Assim sendo, nessa
vertente o autor tem o mesmo olhar na literatura como algo malévolo e que
talvez só poderia mudar caso mantivesse essa peculiar noção do legível e
escrevivel. A parece outro elemento que caracteriza o comparativismo cultural
através de um aventureiro e possível escritor/tradutor latino-americano segundo
Silviano, aquele que busca a identidade cultural através da interação de duas
culturas.
Em termos do discurso
latino-americano, entendo como impulso unificador a tentativa de fazer
prevalecer uma única leitura teórica da América latina. Se mantivermos válidos
os diversos conceitos que correspondem aos vários esforços para compreender e
descrever esse espaço discursivo, se considerarmos o paradoxo uma instância produtiva,
e não impeditiva, se, por fim, desconstruirmos as apropriações que o poder
político e econômico faz desses mesmos conceitos, teremos uma leitura mais rica
e proveitosa das diferenças irreconciliáveis que formam o espaço simbólico
latino-americano.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
NOÇÕES DA TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÃO E DE INFORMAÇÃO NAS ESCOLAS
-->
As tecnologias de comunicação e informação da escola; Relações
possíveis...e relações construídas.
Novas formas de pensar, de agir e de comunicarse
são introduzidas como hábitos corriqueiros.
Novas formas de pensar, de agir e de comunicarse
são introduzidas como hábitos corriqueiros.
Tendo em conta a epigrafe acima refirida, a autora Tania Maria Esperom Porto pedagoga com Mestrado na Tecnologia Educacional pelo INPE (SJC/SP) e Doutorado em Educação pela USP, principia o artigo com uma alusão peculiar do valor da Tecnologia de Comunicação e Informação na Escola tendo em vista as relações possiveis e as relações construidas. Assim sendo, ela particulariza esses mecanismos, ou seja, meios como principais mentores nas relações que hoje em dia vivemos o que não trás novidades para ninguem.
Ao começo paraceu-me meio esquisito, isso porque pôde ver/observar no texto uma ambiguidade paradoxal quando a autora situa a nova tecnologia como fonte de hábitos curriqueiros mas, desenrolando peculiarmente o artigo conota-se uma árdua contribuição desse texto no que tece a realidade atual tanto nas escolas quanto no nosso peregrinar terreno porque adentram muitos principios morais e educativo de como usar os meios tecnologicos em diferentes ambientes sociais.
Na verdade, o texto trata do mundo moderno
nas escolas, até porque vivemos num século em que predomina acima de tudo a
tecnologia de informação e de comunicação. Numa abordagem geral, é observável a
discussão de muitos autores com uma única finalidade que é como devemos usar os
meios tecnológicos nas escolas e se os mesmos se adéquam com o contexto social
dos educando e seus familiares. Conseqüentemente, na visão do autor Levy,
observamos que ele aponta o modo de uso e de situação como os principais
elementos que podem condicionar por um lado, e por outro podem favorecer no
crescimento da tecnologia nas escolas.
Na dinâmica da ciencia que vivemos hoje, falar da educação e das tecnologias, estamos a fazer algumas avaliações que evidenciem problemas com o uso de tecnologias em processos educativos, assim sendo, considera-se que o potencial educativo das tecnologias pressupõe uma sensibilização e preparação docente para o uso, considerando o contexto de ação. Esponho aqui um parecer meu sobre alguns aspectos que talvez despercebidamente ou mesmo o não conhecimento muitos de nós acabamos por usar mal a tecnologia atraves das redes sociais que muitas das vezes denigrem a nossa personalidade, por isso, ter um acompanhamento educacional nesse ramo é uma tarefa óbvia para que diminua esse índice de mau uso dos meios e da propria ciencia da tecnologia. Na verdade a recepção individualizada e as tecnologias põem à disposição do usuário amplo conjunto de informações, conhecimentos, linguagens em tempos velozes e com potencialidades incalculáveis, disponibilizando, a cada um que com elas se relacione, diferentes possibilidades e ritmos de ação.
sábado, 10 de novembro de 2012
INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA
Em 10 de Novembro de 1975, o Alto Comissário e Governador-Geral de Angola, almirante Leonel Cardoso, em nome do Governo Português, proclamou a independência de Angola, transferindo a soberania de Portugal, não para um determinado movimento político, mas para o “Povo Angolano“, de forma efectiva a partir de 11 de Novembro de 1975.
Assim, no dia 11 de Novembro de 1975, cada um dos três movimentos de libertação proclamava a independência de Angola: Holden Roberto, da FNLA, proclamou a independência no Ambriz, Jonas Savimbi, da UNITA, proclamou a independência no Huambo e Agostinho Neto, presidente do MPLA proclamou em Luanda a independência de Angola, que passa a designar-se por República Popular de Angola, que só viria a ser reconhecida por Portugal em Fevereiro de 1976, sendo o Brasil o primeiro país a reconhecer o governo do MPLA.
Esta cerimónia teve lugar às 23 horas, 1 hora antes de terminar a data agendada para a independência, pois a situação que se vivia era de grande incerteza. Para uma melhor compreensão do momento, o melhor é transcrever os comentários do coronel de cavalaria, Mendonça Júnior:
O fim da luta armada em Angola ficou consagrado no acordo celebrado em Alvor (Algarve) no final de Janeiro de 1975, Acordo pelo qual se estabeleceu um governo de transição tripartido – Portugal e os três movimentos de libertação angolanos – a quem foi incumbida a tarefa de gerir o país até à data da independência marcada para 11 de Novembro desse mesmo ano.
Durou pouco esse governo. A rivalidade entre as três formações angolanas, a ambição pelo mando absoluto e também a passividade da parte portuguesa conduziram rapidamente à sua falência total. Surgiram e multiplicaram-se, um pouco por todo o lado, casos de violência envolvendo as três partes angolanas, de tal modo que, no final de Agosto desse ano, o MPLA já era senhor absoluto da capital, de onde havia expulsado os representantes da UNITA e da FNLA.
A opinião generalizada que então se formou, nessa altura, tanto em Angola como fora, era de que, assim tendo procedido, o MPLA estava a preparar-se para, em 11 de Novembro, proclamar unilateralmente a independência, na expectativa de que a passividade da opinião pública, tanto interna como a externa, ajudasse a consagrar a ilegalidade.
Esqueceu-se, porém, Agostinho Neto, o então líder do MPLA, que com a descoberta do petróleo, acontecida anos antes, Angola passara a estar sob vigilância cerrada dos que, então como agora, controlam a produção e o comércio do crude à escala mundial. O resultado dessa falha de memória foi que, pouco tempo depois, Angola era, sem mais aquelas, invadida por uma força militar sul-africana procedente da Namíbia. A qual, depois de tomar, sucessivamente, as cidades do Lubango, Benguela e Lobito, avançou em direcção a Luanda. Onde, no entanto, não chegou a entrar, já que ao atingir as margens do rio Quanza (a cerca de 200 quilómetros da capital) foi mandada parar.
Por ordem de quem e porquê? Ocorre naturalmente perguntar?
Segundo fontes diplomáticas sul africanas desse tempo, Washington, que havia sugerido a invasão, fora quem formulara essa espécie de contra-ordem, acompanhada de um novo pedido: que os sul africanos transferissem parte do material bélico que transportavam para um outro grupo armado, que, constituído por guerrilheiros da FNLA, soldados zairenses disponibilizados por Mobutu e alguns voluntários portugueses, e sob o comando do Coronel Santos e Castro, se encontravam, nessa altura, a assediar Luanda pelo Norte, com o objectivo de a tomar, antes da data da proclamação da independência.
Uma vez na posse do material cedido pelos sul-africanos , que incluía três peças G5 – fabricadas na RSA e capazes de atingir objectivos localizados de até 50 Km – (chamados n’gola kiluando) Santos e Castro começou a preparar o ataque e a tomada de Luanda concebido nos seguintes termos: bombardear primeiro, utilizando as peças cedidas, com vista a estabelecer o pânico entre os defensores e a população da capital e, a seguir, realizar o assalto por terra. Plano que, uma vez concebido, foi divulgado via Kinshasa, com vista naturalmente a desmoralizar ainda mais o inimigo.
Sendo assim, no dia 6 de Novembro, depois de ter tomado a vila de Caxito, estabeleceu-se ele com os seus homens no Morro da Cal – uma pequena elevação de terreno situada a cerca de 30 Km de Luanda e dali fez três disparos dos G5 contra a capital. Dos quais um atingiu a pista do aeroporto, outro caiu na baía e o terceiro atingiu a refinaria de petróleo do Alto da Mulemba, provocando um incêndio, que acabou por ser dominado.
A estratégia resultou em pleno: o pânico previsto estabeleceu-se e generalizou-se, e, naturalmente começaram a circular boatos dos mais diversos, um dos quais concebido em termos de suscitar histeria colectiva e pavor. Eles os “fenelas” – assim o vulgo luandense chamava aos homens de Holden Roberto – vão entrar e vão degolar todos: pretos, brancos e mulatos.
Entretanto, as horas e os dias foram passando nessa terrível expectativa que se ia acentuando à medida que, um pouco por todo o lado na cidade, se ia escutando sons de disparos, resultantes do confronto que se ia verificando amiúde entre grupos de soldados que Santos e Castro ia mandando avançar em missões de sondagem do terreno e os militares que o MPLA tinha colocado fora do perímetro urbano da capital com missões de entreter o inimigo para deste modo possibilitar o envio de reforços.
Chegou-se finalmente a 11 de Novembro, dia marcado para a proclamação da independência, sem que no entanto se houvesse realizado o prometido assalto à capital. Mesmo assim, o pânico generalizado imperava e manteve-se sempre desde o nascer ao pôr do Sol desse dia histórico, durante o qual o único facto de registo sucedeu cerca das 16 horas, quando o alto-comissário representante da soberania portuguesa, um militar de alta patente português, General Silva Cardoso, mandou arrear a Bandeira das Quinas que encimava o velho palácio da cidade alta, dobrou-a e, com ela debaixo de um dos braços, tomou o caminho da Ilha de Luanda, onde o aguardava um navio de guerra, para o trazer de regresso definitivo a Portugal.
Deste modo inesperado e ademais ridículo e triste se concretizou o episódio final de quase cinco séculos de Histórial!!!
Entretanto, e porque a crença generalizada era de que os homens de Santos e Castro ainda poderiam atingir Luanda, a cerimónia oficial da proclamação da independência, marcada inicialmente para as 17 horas desse dia, foi sendo sucessivamente protelada e acabou por ter lugar só em plena noite e de uma forma algo improvisada.
Assim e apesar de todas as promessas e ameaças, os homens do coronel falharam: nem entraram na cidade nesse dia nem posteriormente realizaram qualquer tentativa nesse sentido, preferindo antes deixar os arredores da capital e empreender uma retirada em direcção à fronteira com o Zaire.
Assim e apesar de todas as promessas e ameaças, os homens do coronel falharam: nem entraram na cidade nesse dia nem posteriormente realizaram qualquer tentativa nesse sentido, preferindo antes deixar os arredores da capital e empreender uma retirada em direcção à fronteira com o Zaire.
Porque esse falhanço, porque tudo isso? Importa perguntar?
A resposta ouvimos-la já aqui em Lisboa. Primeiro da boca do Coronel Santos e Castro, poucos meses antes da sua morte; e logo a seguir, por intermédio de alguns portugueses e angolanos, que foram seus companheiros nessa aventura. E tivemos-la confirmada, mais tarde, pelas mesmas fontes diplomáticas sul-africanas atrás referidas. Ei-la, pois, reproduzida de forma sintética mas clara.

Canhão G-5 (foto Net)
Na madrugada do dia 9 de Novembro e cumprindo o plano que estabelecera, o Coronel Santos e Castro dirigiu-se à tenda onde se albergava Holden Roberto, o Presidente da FLNA, para lhe comunicar que ia imediatamente pôr a funcionar os G5 e iniciar o bombardeamento da capital. E foi então informado que estava impossibilitado de o fazer, já que, um pouco antes, os artilheiros sul-africanos haviam desmantelado as culatras dos G5, tornando-os inoperacionais, embarcando a seguir num helicóptero que os transportou para bordo de um navio do seu país que os aguardava ao largo do porto de Ambriz. E isso no cumprimento de uma exigência imposta de Washington a Pretória.
Dito isto, só resta a lógica conclusão final. Não foram pois os homens do MPLA que impossibilitaram a tomada de Luanda pelas forças comandadas pelo Coronel Santos e Castro.
Nada disso. A responsabilidade do insucesso cabe a outro. E quem é ele? Resposta é inequívoca. Esse mesmo que, desde sempre, se notabilizou por promover guerras e fazer delas um negócio altamente lucrativo para si próprio: Os Estados Unidos da América.
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